quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

SONETO 105


Não deixes o meu amor ser chamado idolatria,
Nem a minha amada, de meu ídolo,
Pois todos os meus cantos e versos são apenas
Para ela, sempre sobre ela, e muito mais ainda.
Amável é o meu amor, hoje e amanhã,
Sempre constante em maravilhoso espanto;
Portanto, o meu verso, preso à constância,
Ao dizer uma coisa, entrevê outra.
Bela, gentil e verdadeira, é tudo o que digo,
Bela, gentil e verdadeira, dito com tantas palavras;
E, nesta alternância, uso a minha mente,
Três em um que suporta a soberba visão.
Bela, gentil e verdadeira sempre viveram sozinhos,
Pois, até hoje, juntos, jamais existiram em alguém.

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