quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

SONETO 96


Alguns dizem ser o teu erro a juventude; outros, a lascívia;
Outros dizem ainda que a juventude e o ânimo dão-te graça.
Tanto a graça quanto os erros são bem ou mal amados;
Transformas faltas em bênçãos como bem te aprazem.
Como no dedo de uma rainha coroada,
A mais simples joia será mais cara,
Assim são os erros que diviso em ti,
Traduzidos como verdade e tidos como autênticos.
Quantas ovelhas pode o astuto lobo enganar,
Se na ovelha pudesse se transformar!
Quanto assombro não irias afastar,
Se usasses o poder concedido pelos teus bens!
Mas, não faças isso; amo-te de tal modo que,
Por seres minha, digo que tudo fazes à perfeição.

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