quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

SONETO 152


Ao amar-te, sabes que sou falso;
Mas mentes em dobro ao dizer que me amas;
Quebraste os votos nupciais e a tua nova crença,
Ao jurar novo ódio após um novo amor.
Mas por que te acuso de quebrar duas vezes as tuas juras,
Quando quebro vinte? Sou mais perjuro
Por fazer juras para enganar-te,
E toda fé sincera eu perco em ti;
Pois jurei mil vezes a tua brandura,
Jurei teu amor, tua verdade, tua constância,
E, para iluminar-te, fiz os cegos verem,
Ou jurarem contra aquilo que viam.
Pois jurei que és bela – olhos mais perjuros –
Jurando uma inverdade tão grande quanto a mentira.

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