quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

SONETO 107


Não os meus medos, nem a alma profética
Do imenso mundo que sonha com o futuro
Pode controlar o meu verdadeiro amor,
Suposto e destinado à desgraça.
A lua mortal tem seu eclipse prolongado,
E os tristes augúrios desdenham os seus presságios;
Incertezas hoje coroam-se seguras,
E a paz proclama os frutos de uma eternidade.
Agora com as gotas deste momento tão balsâmico,
Meu amor parece jovem e a Morte a mim se subjuga,
Como, apesar dela, eu viverei nesta pobre rima,
Enquanto ela insulta as suas turbas tolas e emudecidas;
E tu, nisto, encontrarás o teu monumento,
Quando ruírem os túmulos de bronze dos tiranos.


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