quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

SONETO 133


Maldito o coração que faz gemer o meu
Pela funda ferida que causa a mim e a meu irmão!
Não bastasse torturar somente a mim,
Ainda escraviza o meu terno amigo?
Arrancaste-me de mim com o teu olhar cruel,
E a meu semelhante desprezaste ainda mais.
Por ele, por mim e por ti fui abandonado –
Um tormento triplo a ser suportado.
Prende o meu coração em teu peito de aço,
Mas o coração do meu amigo liberta o meu;
Quem me guardar, deixa o meu coração guardá-lo;
Não podes ser tão severa ao me aprisionares.
E, mesmo assim, o fazes, porque, sendo teu,
Dou-me a ti, e tudo que tenho em mim.

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