quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

SONETO 153


Cupido adormeceu ao lado de sua flecha.
Uma das ninfas de Diana aproveitou seu descuido,
E rapidamente mergulhou sua flama amorosa
Numa fonte fria do vale que encontrou pelo caminho,
E logo tirou do sagrado fogo do Amor
Um calor vivo, eterno, permanente,
Criando um banho balsâmico, onde
Há cura para tantas estranhas doenças.
Mas, aos olhos da amada, acendeu-se a flecha do Amor,
Com que o menino ingênuo tocou meu coração;
Eu, desvalido, quis me curar em suas águas,
E corri apressado, como um hóspede triste e destemperado,
Mas eu não me curei; o banho para minha cura está
Onde Cupido acendeu a chama: nos olhos do meu amor.

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