quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

SONETO 76


Por que o meu verso está tão magro,
Sem variação ou rápidas mudanças?
Por que com o tempo não olho para o lado
Buscando novos métodos e estranhos modos?
Por que escrevo da mesma forma, a mesma coisa,
E deixo à parte a invenção,
Que cada palavra se torne minha conhecida,
Mostrando-me de onde vem?
Ó, sabe, amor, que é para ti que escrevo,
E tu e o amor sois ainda os meus assuntos;
Então, o melhor que faço é reescrever as velhas palavras,
Aplicando novamente o que já foi usado;
Como o sol que, a cada dia, é sempre antigo e novo,
Assim é o meu amor, dizendo tudo que se diz.

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