quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

SONETO 140


Sê tão sábia quanto és cruel; não pressiones
Minha contida paciência com muito desdém,
A menos que o pesar me dê palavras, e estas
Expressem como me sinto diante da minha dor.
Se eu pudesse te ensinar a ter mais juízo, melhor seria,
Embora não a amar, mesmo que o amor me diga isso;
Os enfermos, quando a morte se aproxima,
Só esperam que os médicos os salvem.
Se eu me desesperasse, enlouqueceria,
E, em minha loucura, posso falar mal de ti.
Este mundo tornou-se tão doente e distorcido,
Que loucos ouvidos aceitam loucas calúnias.
Que eu não me deixe levar, nem sejas difamada;
Mantém os olhos firmes, mesmo orgulhoso o coração.

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