quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

SONETO 154


O pequeno deus do Amor certa vez dormia
Deixando ao lado a sua flecha amorosa,
Enquanto várias ninfas, jurando-se sempre castas,
Vieram, pé ante pé, mas, em sua mão virginal,
A mais bela tomou o fogo
Que incendiara legiões de corações verdadeiros;
Assim, a lança do desejo ardente
Dormia desarmada ao lado da mão desta jovem.
A flecha, ela mergulhou em um poço de água fria,
Que se acendeu com o eterno fogo do Amor,
Criando um banho e um bálsamo
Para os enfermos; mas, eu, jugo de minha senhora,
Vim para me curar e, isto, assim, eu provo,
O fogo do Amor aquece a água, mas a água não esfria o Amor.

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