quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

SONETO 116


Não há empecilhos quando mentes
Verdadeiras se afeiçoam; o Amor inexiste
Quando se altera por qualquer motivo,
Ou se curva sob o ímpeto apressado:
Ah, não! É um olho inabalável,
A mirar as tempestades sem se alterar;
É a estrela-guia de todo barco à deriva,
Cujo valor se desconhece, embora alta viva sobre o mar.
O Amor não serve ao Tempo, embora as róseas faces e lábios
Cedam ao arco de sua longa foice;
O Amor não se altera com as suas breves semanas e horas,
Mas sustenta-se firme até o fim dos dias.
Se tudo que eu disse se provar um engano,
Jamais escrevi, nem amou qualquer humano.

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