quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

SONETO 139


Ó, não me chames para justificar os erros
Que tua grosseria derrama sobre o meu coração;
Não me firas com o teu olhar, mas com a tua língua;
Usa a força contra mim, e não me mates por capricho;
Dize que amas a outro, mas sob a minha vista,
Querida, evita olhar para o outro lado;
Para que ferir-me com destreza quando usas
Mais força do que eu para me defender?
Deixa-me desculpar-te: “Ah, meu amor sabe bem
Que sua beleza tem sido minha inimiga,
E, portanto, afasta de mim meus inimigos,
Para que, de longe, lancem as suas injúrias”.
Porém, não faças isso; por estar quase morto,
Mata-me agora com o teu olhar, e livra-me da minha dor.

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