domingo, 3 de janeiro de 2016

SONETO 10


Envergonha-te negar que não ames,
Tu que és tão imprudente;
Aceita, se quiseres, ser amado por muitos,
Mas é certo que não ames ninguém;
Pois tens um ódio tão mortal,
Que apenas contra ti não conspiras,
Buscando arruinar este nobre teto,
Que tanto desejas remendar:
Ah, muda teu pensamento que mudarei o meu!
Deve o ódio ter mais reservas do que o Amor?
Sê, como tua presença, gentil e gracioso,
Ou, a ti, ao menos, te proves amável;
Sê outro, pelo amor que tens por mim,
Para que a beleza permaneça em ti.

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