domingo, 3 de janeiro de 2016

SONETO 36


Deixa-me confessar que devemos ser iguais,
Embora os nossos amores indivisos sejam um;
Da mesma forma que as manchas que ficam comigo,
Sem teu auxílio, para que eu as suporte sozinho.
Em nossos amores, há o mesmo respeito,
Embora em nossas vidas o mal nos separe,
Que, mesmo sem alterar os efeitos únicos do Amor,
Consegue subtrair doces horas do amoroso prazer.
Eu jamais poderia te reconhecer,
A menos que a minha culpa te envergonhe;
Nem tu publicamente com gentilezas me honrarias,
A menos que tire essa honra de teu nome.
Mas, não faças isso; amo-te de tal modo,
Pois, sendo minha, de ti só direi o bem.

Nenhum comentário:

Postar um comentário