sábado, 2 de janeiro de 2016

SONETO 54


Ó, muito mais linda parece a beleza
Docemente ornada pela verdade!
A rosa é linda, mas a julgamos ainda mais bela
Pelo suave olor que exala.
As rosas silvestres têm o mesmo tom
Que as rosas perfumadas e coloridas,
Presas a seus espinhos e brincam, voluptuosas,
Quando o hálito do verão vem abri-las em botão;
Mas, como a aparência é a sua única virtude,
Vivem esquecidas e murcham abandonadas –
Morrendo solitárias. Doces rosas não fenecem;
De suas ternas mortes exalam os mais doces perfumes,
Assim como de ti, linda e amável donzela,
Ao feneceres, a tua verdade destilará nos versos.

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