domingo, 3 de janeiro de 2016

SONETO 22


Meu espelho não me dirá que envelheço,
Enquanto tenhas a mesma idade e juventude;
Mas quando, em ti, vejo a essência do tempo,
Sinto que a morte expiará meus dias.
Pois, toda a beleza que viceja em ti
É apenas um prolongamento do meu coração
Que vive em teu peito, como o teu em mim:
Como, então, eu seria mais velho do que és?
Ah, então, meu amor, sê cuidadosa
Como eu; não por mim, mas por tua vontade;
Carregando o teu coração, que guardarei comigo,
Como a ama protege o seu bebê querido.
Não penses em teu coração quando o meu fenecer:
Tu me deste o teu para nunca mais o devolver.

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