Doce amor, sê forte; não digas que
Teu ardil seja mais bruto que o teu apetite,
Que somente hoje alias e alimentas,
Depois aguçado em seu antigo poder:
Então, amor, sê tu mesma; embora hoje preenchas
A fome de teus olhos, mesmo plenos,
Amanhã novamente vejam, e não matem
O espírito do Amor com perpétuo tédio.
Deixa este triste ínterim ser como o oceano
Que divide a praia, onde dois novos seres
Diariamente vêm até as margens e, ao assistirem
Retornar o Amor, mais abençoada se torna essa visão;
Ou mesmo o
inverno, que, cheio de cuidado,
Faz o estio ser
três vezes mais raro e ansiado.
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