domingo, 3 de janeiro de 2016

SONETO 32


Se sobreviveres à plenitude do meu dia,
Quando a Morte vil com o pó cobrir meus ossos,
E, por sorte, mais uma vez releres
Estes pobres e rudes versos de teu falecido amante,
Compara-os com o apuro do tempo,
E embora sejam superados por outras plumas,
Guarda-os por meu amor, não pela rima,
Suplantada pela excelência de homens mais felizes.
Ó, poupe-me, salvo este pensamento amoroso:
“Se a Musa de meu amigo tivesse crescido com a sua idade,
Seu amor gerou um nascimento mais caro que este
Para cerrar as fileiras mais bem equipado;
Mas, como ele morreu, e os poetas se provaram melhores,
Lerei seus poemas pelo estilo e, os dele, pelo seu amor”.

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