sábado, 2 de janeiro de 2016

SONETO 57


Sendo teu escravo, o que fazer senão atender
Às horas e aos chamados do teu desejo?
Não tenho nenhum tempo para mim,
Nem serviços a cumprir, até que me peças.
Nem ouso repreender a hora do mundo sem fim,
Enquanto eu, minha soberana, sigo as tuas horas,
Nem penso que a solidão da ausência seja amarga,
Após dispensar o teu servo de teu serviço;
Nem ouso questionar com meus ciúmes
Onde estarás, ou imaginar o que fazes,
Mas, como um triste escravo, sento-me e não penso,
Exceto, quão feliz deixas a todos onde estás:
Então, que tolo é o amor, que, sob o teu jugo
(Embora nada faças), nenhum mal o assombre.

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