domingo, 3 de janeiro de 2016

SONETO 33


Já vi muitas manhãs gloriosas cobrirem
Os cumes das montanhas com o olhar soberano,
Beijando com sua tez dourada o verde dos campos,
Colorindo pálidos córregos com a divina alquimia,
Não permitindo que nuvens baixas vaguem
Com aspecto horrendo sobre a face celestial,
E do mundo distante escondam a sua visagem,
Fugindo, despercebido, para o Oeste, em desgraça.
Mesmo assim, meu sol brilhou cedo, um dia,
Em todo o seu esplendor triunfante sobre o cenho;
Porém, ó dor, ele apenas foi meu por uma hora –
As brumas encobriram-no totalmente agora.
Embora ele, por isso, desdenhe o meu amor;
Os sóis do mundo manterão a sua nódoa.

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