sábado, 2 de janeiro de 2016

SONETO 66


Cansado de tudo, uma morte pacífica imploro:
Para impedir que nasça o mendigo,
E toda a necessidade termine em descaso,
E a fé mais pura seja tristemente preterida,
E a honra vergonhosamente deslocada,
E a virginal virtude rudemente pisoteada,
E a mais completa perfeição erroneamente desgraçada,
E a força desarmada pelo claudicante,
E a arte amordaçada pela autoridade,
E a loucura controlada pela medicina,
E a verdade confundida com a simplicidade,
E o bem cativo atenda à insanidade.
Cansado de tudo, de tudo eu me afastaria,
Exceto, ao morrer, de deixar o meu amor.

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