domingo, 3 de janeiro de 2016

SONETO 49


Contra o tempo (se este tempo vier)
Quando rejeitares os meus defeitos,
Quando o teu amor fizer o seu maior lance,
Chamada a explicar-se por teu respeito;
Contra o tempo quando passas como estranha,
E mal me cumprimentas com o teu olhar em fogo,
Quando o amor transformado daquilo que era
Encontrar motivos de reconhecida gravidade;
Contra esse tempo, eu me protejo,
Conhecendo os meus próprios desígnios,
E, assim, contra mim, ergo a minha mão,
Para resguardar as tuas razões de direito.
Para me deixares, pobre de mim, empregas a força da lei,
Pois, a razão do Amor, não posso alegar os meus motivos.

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