domingo, 3 de janeiro de 2016

SONETO 37


Como um pai decrépito se regozija
Ao ver o filho fulgir na juventude,
Então, eu, aleijado por despeito da Fortuna,
Encontro o meu consolo em tua honra e verdade.
Pois a beleza, o berço, a riqueza, a sagacidade,
Ou quaisquer dessas qualidades, ou todas, ou outras
Permanecem assentadas em si mesmas,
Ofereço o meu amor em seu nome.
Assim, não sou aleijado, pobre, nem desprezado,
Enquanto esta sombra se lança sobre ele,
Que eu, em tua abundância, me satisfaço,
E em uma parte do todo vive a tua glória.
Vê o melhor, o melhor que desejo em ti;
Este é meu desejo; sou, então, dez vezes mais feliz.

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