domingo, 3 de janeiro de 2016

SONETO 38


Como pode minha Musa inventar os seus motivos,
Enquanto vives a derramar em meu verso
Teu doce argumento, sublime demais
Para se traçar sobre um papel comum?
Ah, agradeça a ti mesma, se em mim
Persiste o alento que se sustenta à tua frente;
Somente o estúpido não poderia te escrever,
Quando tu mesma dás luz à invenção?
Sê a décima musa, dez vezes mais valiosa
Que as outras nove antigas que os poetas invocam;
E aquele que te chamar, faze com que traga
Eternos versos que vivam por muito tempo.
Se, à minha leve Musa, agradar estes curiosos dias,
Minha será a dor, mas tua será a rima.

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