sábado, 2 de janeiro de 2016

SONETO 61


É teu desejo que a tua imagem mantenha abertas
Minhas pesadas pálpebras nesta fatigada noite?
Desejas que o meu sono se quebre,
Enquanto as sombras zombam ao me verem?
É o teu espírito que envias até a mim,
Tão longe de casa, para me bisbilhotar,
Para desvendar os meus erros e as ociosas horas,
Mantendo vivo e aceso o teu ciúme?
Ah, não! Teu amor, mesmo imenso, não é tão grande;
É o meu amor que deixa os meus olhos despertos,
Meu amor verdadeiro que corrói o meu descanso,
Para manter-me em vigília por tua causa.
A ti, vigio, enquanto, ao longe, despertas,
Tão distante de mim e, de outros, tão perto.

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